RACIOCÍNIO PROPORCIONAL: INDO ALÉM DO ALGORITMO

Abstract

A história da humanidade nos revela que raciocinar proporcionalmente era algo que todas as civilizações utilizavam ao longo do tempo, pois a proporcionalidade sempre esteve presente em diversas áreas do conhecimento, como na matemática, na arquitetura, na astronomia e em diversas outras. Esse contexto pode ser exemplificado, pois, o homem teve a necessidade de desenvolver mecanismos que lhe permitisse lidar com situações envolvendo a proporcionalidade e, consequentemente, com o passar do tempo, novas conexões e práticas iam surgindo, assim: [...] os conceitos matemáticos surgem, uma vez que sejam postos problemas de interesse de capital, prático ou teórico: - é o número natural, surgindo da necessidade de contagem, o número racional, da medida, o número real, para assegurar a compatibilidade lógica de aquisições diferentes (CARAÇA, 1989, p. 125). Alguns estudos mostram que o ensino da proporcionalidade está de certa maneira priorizando somente um cálculo matemático, entrelaçado à quantificação. Diante disso, o uso do algoritmo do produto transversal (regra de três) é, por vezes, utilizado como a única forma de se resolver determinada situação-problema. Assim, devido ao uso indiscriminado do algoritmo, o professor não oportuniza o aluno a buscar outras maneiras de resolução, não permitindo assim que o mesmo raciocine proporcionalmente, valorizando apenas a função quantitativa da proporcionalidade em detrimento da função qualitativa. Este material foi desenvolvido com o intuito de contribuir para a formação do professor, no que tange a proporcionalidade e, por consequência, o raciocínio proporcional. Esclarecemos que este material não é um manual para que o professor aborde a temática em sala de aula, mas sim, consiste numa proposta desenvolvida num curso em uma pesquisa do Educimat (MIRANDA, 2017), com ideias e sugestões para serem trabalhadas na formação de professores que ensinam matemática, nós trabalhamos na formação inicial. A proposta é para se criem condições para que os professores possam se apropriar do conhecimento docente, matemáticos e pedagógicos e que tenham acesso a alternativas para se trabalhar a proporcionalidade em sala de aula. Este livro está organizado em 5 capítulos. No primeiro capítulo está a introdução, onde escrevemos de maneira geral a realização do curso e uma síntese da pesquisa a qual este livro se baseia. No capítulo 2, discorremos sobre a formação do professor, enquanto no capítulo 3, abordamos o conteúdo matemático que escolhemos. No capítulo 4, trazemos algumas questões, ideias e sugestões para serem trabalhadas na formação de professores e que também podem ser utilizadas em sala de aula. Trazemos no último capítulo algumas considerações finais que permeiam a proporcionalidade.