O JOGO "EVOTRUNFO" PARA O ENSINO DE EVOLUÇÃO HUMANA

Abstract

Este manual resulta da pesquisa de mestrado em Educação em Ciências do professor Renato Andreão Cora. O material foi estruturado visando a oferecer uma alternativa didática para o ensino de Evolução Humana por meio do jogo “Evotrunfo”. Composto por 30 cartas, com informações discriminadas sobre as principais espécies ancestrais do homem moderno, desde os Hominídeos até às do gênero Homo, sua concepção foi desenvolvida durante os estudos da disciplina optativa Evolução Humana 2018/1 do Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática (EDUCIMAT) do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). A proposta do material é desenvolver o processo ensino-aprendizagem por meio de uma ferramenta pedagógica inovadora, criativa e articulada em grupos, com um viés antropológico e científico, descortinando um cenário didático onde os alunos interagem entre si enquanto aprendem as principais características das espécies que formaram a nossa linhagem evolutiva. O jogo “Evotrunfo” foi pensado de maneira a acoplar três correntes pedagógicas: a perspectiva da educação libertadora freiriana, o pensamento complexo de Edgar Morin e as bases do ensino por mediação da linha vygotskiana. A educação libertadora de Freire desenvolve uma abordagem articulada com a formação cidadã, ligada à consciência social, onde o indivíduo é capaz de compreender os problemas de sua sociedade e intervir de maneira lúcida. Está relacionada ao diálogo como princípio básico que solidifica as relações sociais. Deste processo, emerge a libertação coletiva, pressuposto essencial da educação libertadora. Edgar Morin disserta que o saber necessita ser construído considerando como princípio uma abordagem holística e interdisciplinar, capaz de abranger diversas áreas, interconectando o físico, o biológico, o social, o cultural e o histórico. Por essa razão, o filósofo expõe que o ser humano é um corpus sistêmico complexo e a fragmentação dos saberes é limitada quanto à necessidade de se compreender a realidade complexa em que estamos inseridos. O ensino por mediação, defendido por Lev Vygotsky, tem sido fundamental para o desenvolvimento de atividades educativas que visam à junção dos seres humanos com o mundo por meio de instrumentos técnicos e sistemas de signos, historicamente construídos. A mediação é o núcleo central na perspectiva sócio histórica porque os instrumentos e signos dos processos que envolvem a funcionalidade psicológica são fornecidos pela produção de cultura, uma característica indelével na humanidade.