O GLOSSÁRIO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – LIBRAS\ PORTUGUÊS

Abstract

Pode-se considerar que os surdos sempre enfrentaram dificuldades por conta de uma sociedade, muitas das vezes, ainda preconceituosa e excludente. Por outro lado, a escola se configura como espaço que pode promover ações com vistas a uma educação inclusiva dos surdos. Diante disso, essa pesquisa tem como objetivo descrever e analisar como as instituições de ensino básico procedem com o processo de inclusão e se há domínio de Libras dos profissionais de Educação Física e sinais que poderiam explicar conceitos dessa disciplina. Caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa que foi desenvolvida no Colégio Estadual Colemar Natal e Silva, da rede pública de Goiás, mediante observação e aplicação de questionário semiestruturado aos professores, tradutor\intérpretes e alunos surdos, execução de uma proposta de intervenção baseada na pedagogia histórico-crítica para discussão dos sinais-termo e a construção do glossário semibilíngue de Educação Física e, por fim, a filmagem no estúdio Medialab\UFG do produto final. Consideramos que as políticas públicas, o debate acadêmico e as concepções de professores nas contradições existentes tendem a projetar mudanças significativas na educação inclusiva do surdo. As leituras efetivadas e os trabalhos de campo realizados confirmam a hipótese de que na instituição observada ainda inexiste o domínio da Libras pelos professores de Educação Física (formação continuada), e a ausência de sinais que expliquem conceitos ligados a essa disciplina, fato que influencia o elo de ensino-aprendizagem dessa disciplina. Após análise e sistematização dos dados coletados propomos ações e a construção do glossário da Educação Física Libras – Português (GEDLP), com 30 termos, disponibilizado em uma mídia on-line, o que levou a escola e os professores de Educação Física a uma melhor comunicação e aproveitamento do processo de ensino-aprendizagem. Os resultados do percurso investigativo permitem dizer que a elaboração de um glossário semibilíngue – Língua Portuguesa e Língua de Sinais, que tem o “intuito principal de registrar e organizar os sinais termos” na área de Educação Física, (TUXI 2017), poderá auxiliar os profissionais da área, e possibilitará a compreensão dos conceitos e a comunicação do aluno surdo com os ouvintes, sem a necessidade do intérprete. Assim, por meio da Libras, é possível interagir, aprender e estabelecer relações em um espaço integramente inclusivo. Podemos considerar que “o conhecimento construído por meio do glossário é uma ferramenta de consulta que contribui para melhor qualidade das aulas”, (OLIVEIRA; STUMPF, 2013), na pesquisa da área de língua de sinais e também no uso da comunidade surda. A Libras é uma língua ativa e, através dela, os surdos conquistam o seu espaço no mundo.