Vamos cuidar do nosso córrego?

Abstract

A dissertação apresenta contribuições advindas de estudos realizados no campo da educação ambiental crítica. Trata-se da construção de conhecimentos sobre a realidade do Córrego Doutor Robson e o estabelecimento de novas atitudes e valores para com o ambiente. Para tanto, analisamos as narrativas produzidas no encontro com o corpo d‟água em estudo de modo a possibilitar a articulação entre os saberes humanos e os científicos com vistas ao reconhecimento dos saberes de resistências dos sujeitos. A investigação promoveu uma educação problematizadora, inspirada pela pedagogia Freireana, cujo objetivo foi compreender, de que maneira o Córrego Doutor Robson no diálogo com o Ensino em Humanidades e a Educação Ambiental crítica é capaz de reconhecer os saberes da relação cultura e natureza e resistências na pesquisa. A pesquisa se justifica pelo fato de proporcionar ao contexto escolar práticas pedagógicas que contemplem a apreensão dos conhecimentos, a partir da realidade vivencial dos atores escolares, priorizando o trabalho interdisciplinar na superação do parcelamento dos saberes, com vistas ao desenvolvimento da visão totalizadora para a leitura da realidade. Trata-se de uma metodologia de caráter qualitativo, do tipo intervenção participante, cuja produção dos dados ocorreu por meio da aplicação de entrevistas a moradores da comunidade, o desenvolvimento de círculos de cultura, roteiro de campo e uma aula de campo. Os dados foram abordados a partir de categorias e subcategorias de análise, utilizando-se como eixo a educação ambiental crítica. A pesquisa contou com a parceria das professoras das disciplinas de Biologia, História, Português e da comunidade do bairro Vista da Serra I, no processo de realização da investigação. A investigação revelou o protagonismo dos educandos, como resultado da adoção de metodologias dialógicas e problematizadoras, decorrentes de relações horizontais estabelecidas, as quais valorizaram a cooperação, a solidariedade e a união dos sujeitos, em favor de ações menos predatórias e mais solidárias com o corpo hídrico e com o ambiente, compreendido como contiguidade dos sujeitos, dos quais não se exclui.