CONSTRUINDO SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS INVESTIGATIVAS EM EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Abstract

Desequilíbrios entre receitas e despesas sempre geram impactos, seja na economia de um país, no ambiente de uma empresa ou na vida das pessoas. Os recursos facilitadores que surgem como alternativas para “reequilibrar” as finanças, tais como cheque especial, empréstimos, financiamentos, cartão de crédito, na verdade são produtos “paliativos”, visto que sua ação é momentânea, e, na maioria das vezes, quando o seu efeito passa, as consequências se tornam ainda mais desastrosas. No entanto, nem sempre a mídia mostra os efeitos negativos referentes à adoção errônea de um produto financeiro. Ao contrário, as campanhas de marketing estimulam o consumo a qualquer custo, fazendo com que as alternativas bancárias sejam vistas como um mecanismo para a realização de um sonho, para o suprimento de uma necessidade que nem sempre, de fato, existe. Nesse sentido, a Educação Matemática é capaz de desempenhar um importante papel. Muitos temas do dia a dia dos alunos podem ser trazidos para a sala de aula e compartilhados com professores e outros alunos. Juntos, eles podem refletir acerca das questões e buscar caminhos mais conscientes e eficazes de resolvê-los, conforme destaca a Brasil (2018), na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ao pontuar a importância do estudo da Educação Financeira dentro da disciplina de Matemática. Outro aspecto a ser considerado nessa unidade temática é o estudo de conceitos básicos de economia e finanças, visando à educação financeira dos alunos. Assim, podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos. Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro. É possível, por exemplo, desenvolver um projeto com a História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes momentos históricos, incluindo estratégias atuais de marketing. Essas questões, além de promover o desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos alunos, podem se constituir em excelentes contextos para as aplicações dos conceitos da Matemática Financeira e também proporcionar contextos para ampliar e aprofundar esses conceitos. (BRASIL, 2018, p. 267). Brasil (2018) destaca não só a importância de se trabalhar o contexto econômico e financeiro como também a inter-relação desses com as questões culturais, sociais, políticas e psicológicas. Corroborando essas diretrizes, esta cartilha propõe um estudo integrado da matemática, o qual envolve, além das linguagens aritmética e algébrica tradicionais, o trabalho com a linguagem verbal, também muito importante na construção dos significados matemáticos. Por meio de sequências didáticas investigativas, simples e comuns ao cotidiano dos alunos e de suas famílias, conteúdos da Matemática são abordados de forma prática, estimulando os estudantes a desenvolverem seus cálculos e conjecturas acerca do conteúdo, além de possibilitar uma reflexão sobre suas ações e práticas, buscando sempre avaliar outras possibilidades. Além disso, buscar-se-á trabalhar a consciência da importância de se economizar, bem como auxiliar o aluno no pensamento e na análise de estratégias que maximizem a capacidade econômica de sua família. Considerando a atual conjuntura econômica do Brasil, a qual se tem acentuado nos últimos anos, economizar tornou-se uma ação de necessidade básica e diária. Precisamos estar sempre abertos a refletir sobre o ato de economizar e construir reservas financeiras.