O espaço cultural palácio Anchieta pelas lentes da cidadania.

Abstract

O centro da cidade de Vitória-ES é repleto de história, cultura e arte, cujos espaços contam com diversos monumentos, museus, palácios, ruas, igrejas, escadarias, os quais podem ensejar estudos sistematizados acerca das suas potencialidades pedagógicas. Este estudo volta seu olhar para o Palácio Anchieta, tomado como espaço educativo não formal, a partir do seguinte questionamento: quais as possibilidades pedagógicas de o espaço de educação não formal, o Espaço Cultural Palácio Anchieta, proporcionar uma formação humana crítica e cidadã a partir de um trabalho com estudantes em situação de vulnerabilidade social? O encontro de estudantes com a Palácio Anchieta pode suscitar várias contribuições por meio de práticas pedagógicas articuladas a uma mediação cultural em um horizonte político pedagógico crítico. A pesquisa dialoga com as bases do materialismo histórico dialético, centrada nas categorias “trabalho”, “práxis” e “conscientização” como fatores possíveis de resgate do fator humanizador dos sujeitos. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, participante, do tipo intervenção pedagógica, realizada por meio de encontros semanais dos círculos de cultura, para o debate de temas geradores, antes da visita mediada ao Palácio Anchieta. A coleta de dados se deu por meio do registro de fotografias, gravação de áudios, da visitamediada ao Palácio Anchieta e análise dos diários de bordo dos participantes. Os participantes do estudo são alunos em situação de vulnerabilidade pertencentes ao programa de aprendizagem – Centro Salesiano do Adolescente Trabalhador, CESAM – no intuito de inseri-los ao mercado de trabalho. Como resultados do estudo, os educandos conheceram o conceito de trabalho na perspectiva de atividade, ato criador e humanizador, além da compreensão do Palácio Anchieta como espaço de aprendizado e não como “aula passeio”, o qual expõe em seu acervo signos que valorizam a cultura europeia e a História dos vencedores, fato que gera, em alguns grupos, desinteresse e afastamento em relação a este patrimônio. Como produto educacional, foi elaborado um roteiro educativo contra hegemônico, visando às visitas mediadas no Espaço Cultural Palácio Anchieta.