O CALDEIRÃO DA SANTA CRUZ DO DESERTO: ENSINO DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

Abstract

Buscamos apresentar a dissertação do Mestrado Profissional em Ensino de História-PROFHISTÓRIA, que tem como centro da discussão o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto no ensino de História partindo das seguintes problemáticas: o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, uma vez tombado como patrimônio cultural, está inserido no ensino de História em escolas públicas da rede municipal de Crato no tempo presente? O que os alunos compreendem sobre Caldeirão? Como se deu seu processo de tombamento? Nesta pesquisa procuramos investigar sobre o processo de tombamento e políticas de memória do Caldeirão, a partir da fonte escrita, documento de tombamento 5º livro/05 FLS 14-RO, e entrevistas com pessoas diretamente ligadas às ações de memórias do Caldeirão, no século XXI como organizadores da romaria do Caldeirão a qual é realizada pela Diocese de Crato e Pastoral da Terra; identificar se o Caldeirão se faz presente nas aulas de História, seja enquanto tema da história local ou como patrimônio cultural e apresentar os resultados e propostas de ações pedagógicas de educação patrimonial no ensino de História. O campo teórico se pautou em Nora (1993) para lidar com as questões da memória e dos lugares de memória e Pollak (1989) para tratar das questões dos silenciamentos e das resistências da memória. Para tratar especificamente do patrimônio cultural nos valemos das contribuições de Fonseca (1997) que trabalha com a trajetória do patrimônio cultural no Brasil, bem como sua compreensão “para além da pedra e cal” (2003) e Velho (2006) para elencar as disputas que envolvem o campo da patrimonialização. Entre outros autores, nos apoiamos em Donner (2012) a qual lida com o conceito de história local. As questões ligadas ao ensino pautado pela metodologia da educação patrimonial recorremos a autores como Demarchi (2016), Horta, Grunberg e Monteiro (1999) e Ramos (2016) que nos possibilitou pensar os objetos no campo da educação patrimonial no ensino de História como algo a ser problematizado e a partir deles acessar às diversas temporalidades, desnaturalizar os objetos patrimoniais numa perspectiva crítica sem, no entanto, deixar de perceber a poética dos objetos. Como metodologia recorremos a produção e análise de fontes como entrevistas e questionários, análise de documentos escritos-processo de tombamento, Plano Estadual de Cultura/Ceará, e leis que regem as políticas de registro e tombamento no Estado do Ceará.