A RELAÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL II COM AS FONTES HISTÓRICAS NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO

Abstract

Essa pesquisa teve como objetivo investigar o relacionamento das/dos estudantes com as fontes, na tentativa de perceber se a tomam como verdade reproduzindo seu conteúdo, se as questionam, se as contextualizam e quais tipos se destacam em suas escolhas. Partiu-se da seguinte questão: como o pensamento histórico dos grupos estudantis são mobilizados a partir do contato com as fontes históricas em sala de aula e de que maneira seu uso contribui para a aprendizagem histórica? Tomou-se como referencial teórico a autoria ligada ao campo da Educação Histórica - como Isabel Barca, Rosalyn Ashby e Peter Lee-, autores do campo da Didática da História – como Jörn Rüsen -, assim como autores relacionados à filosofia, teoria e metodologia da História – como Jaques Le Goff, Walter Benjamim e Carlo Ginzburg, entre outros. A metodologia envolvida na pesquisa empírica incluiu a utilização de dois instrumentos de investigação. O primeiro, chamado de estudo exploratório, visou investigar sobre os conhecimentos tácitos do grupo estudantil a respeito das fontes. O segundo partiu dos resultados do estudo exploratório, quantificados e analisados, para investigar a mobilização do pensamento histórico estudantil em contato com as fontes históricas. Foram investigados estudantes de duas escolas públicas da rede estadual do Paraná. Os resultados indicam que as/os estudantes mantêm um relacionamento efetivo e ativo que reconhece diversos tipos de fontes como vestígios do passado. A partir delas os grupos estudantis constroem problemáticas viáveis, assim como elaboram hipóteses pertinentes. Porém, também pode-se destacar entre os resultados a variação existente nesse relacionamento que ora trata a fonte como informação objetiva e ora a percebe como algo a ser desvelado.