Gênero, poder e epistemologia na Química: por que as mulheres estão transformando a produção científica

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Autor(es): dc.contributorEditora Acadêmica Aluzpt_BR
Autor(es): dc.contributor.authorFiori, Raquel-
Data de aceite: dc.date.accessioned2025-12-19T15:33:32Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2025-12-19T15:33:32Z-
Data de envio: dc.date.issued2025-12-19-
identificador: dc.identifier.otherMulheres na ciência químicapt_BR
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/1133675-
Resumo: dc.description.abstractO avanço das mulheres na ciência constitui um dos movimentos mais significativos de transformação do conhecimento científico contemporâneo. Na Química, esse processo revela-se de maneira particularmente expressiva, seja pela ampliação da presença feminina em laboratórios, salas de aula e congressos, seja pela produção de pesquisas inovadoras que vêm redefinindo métodos, objetos e perspectivas epistemológicas. Ainda assim, essa ampliação da participação não se traduz, de forma proporcional, no acesso a espaços de poder, reconhecimento institucional e liderança científica, evidenciando a persistência de desigualdades estruturais profundamente enraizadas no campo científico. Este capítulo propõe uma reflexão crítica sobre as relações entre gênero, poder e epistemologia na Química, partindo do pressuposto de que a ciência não é um espaço neutro, mas um campo atravessado por disputas simbólicas, hierarquias e exclusões historicamente construídas. Ao analisar a trajetória das mulheres na produção do conhecimento químico, busca-se compreender como as desigualdades de gênero influenciam tanto as condições de acesso e permanência na carreira científica quanto os próprios modos de produzir ciência, selecionar problemas de pesquisa e legitimar saberes. Os dados apresentados pela UNESCO (2022) reforçam a dimensão estrutural desse desafio. Embora as mulheres representem cerca de 33% dos pesquisadores em ciências naturais no mundo, apenas 19% ocupam cargos de liderança em projetos internacionais. Menos de um quarto das posições de liderança científica — como direções de institutos, coordenação de grandes projetos e presidência de sociedades científicas — são exercidas por mulheres, e nas academias nacionais de ciências sua presença é ainda mais restrita, alcançando aproximadamente 12% de seus membros. Esses números revelam que a sub-representação feminina não é resultado da ausência de qualificação, mas de barreiras institucionais, culturais e simbólicas que limitam o reconhecimento e a ascensão das mulheres na ciência. Ao articular contribuições dos estudos de gênero, da sociologia da ciência e da epistemologia feminista, o capítulo argumenta que a crescente presença feminina na Química não apenas amplia a diversidade do campo, mas também tensiona paradigmas tradicionais, questiona hierarquias consolidadas e introduz novas formas de pensar a produção científica. Nesse sentido, a atuação das mulheres na Química não deve ser compreendida apenas como uma conquista numérica, mas como um processo transformador que redefine os próprios fundamentos do fazer científico, abrindo caminhos para uma ciência mais plural, crítica e socialmente comprometida.pt_BR
Tamanho: dc.format.extent389 KBpt_BR
Tipo de arquivo: dc.format.mimetypePDFpt_BR
Idioma: dc.language.isopt_BRpt_BR
Direitos: dc.rightsAttribution-ShareAlike 3.0 Brazil*
Licença: dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/*
Palavras-chave: dc.subjectGêneropt_BR
Palavras-chave: dc.subjectPoderpt_BR
Palavras-chave: dc.subjectEpistemologiapt_BR
Palavras-chave: dc.subjectQuímicapt_BR
Título: dc.titleGênero, poder e epistemologia na Química: por que as mulheres estão transformando a produção científicapt_BR
Tipo de arquivo: dc.typelivro digitalpt_BR
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