Dietoterapia vegetariana na prevenção e manejo das doenças crônicas não transmissíveis

Abstract

A dietoterapia vegetariana tem adquirido crescente relevância no campo da Nutrição Clínica e da Saúde Pública, especialmente no que concerne à prevenção e ao manejo das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tais como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias, doenças cardiovasculares, obesidade e neoplasias associadas a fatores dietéticos. Fundamentada em padrões alimentares que priorizam o consumo de alimentos de origem vegetal — incluindo frutas, hortaliças, leguminosas, cereais integrais, oleaginosas e sementes — essa abordagem caracteriza-se por um elevado aporte de fibras alimentares, antioxidantes, fitoquímicos e micronutrientes essenciais, aliados a uma menor ingestão de gorduras saturadas e colesterol quando comparada aos modelos dietéticos onívoros tradicionais.

Evidências científicas robustas demonstram que padrões alimentares vegetarianos estão associados à melhora de indicadores metabólicos, como a redução da pressão arterial, a modulação favorável do perfil lipídico, o aumento da sensibilidade à insulina e a diminuição de processos inflamatórios crônicos de baixo grau. No contexto terapêutico, a dietoterapia vegetariana tem se mostrado um recurso eficaz no controle ponderal, na atenuação do risco cardiovascular global e na estabilização de condições metabólicas crônicas, configurando-se como uma intervenção dietética de elevado potencial preventivo e adjunto a tratamentos convencionais.

Todavia, ressalta-se que a adoção desse modelo dietético requer acompanhamento profissional qualificado, tendo em vista a necessidade de monitoramento da ingestão de nutrientes críticos, como vitamina B12, ferro, cálcio, zinco, proteínas e ácidos graxos ômega-3 de cadeia longa. Quando adequadamente planejada, a dietoterapia vegetariana revela-se uma estratégia nutricional segura, efetiva e alinhada a diretrizes internacionais para promoção da saúde, prevenção de doenças e manejo das DCNT, contribuindo para um paradigma alimentar mais sustentável e compatível com as demandas contemporâneas de saúde global.