Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) vs. Treinamento Contínuo de Intensidade Moderada (MICT) na Otimização da Capacidade Cardiorrespiratória (VO2max)

Abstract

A inatividade física é um fator de risco primário para mortalidade e doenças crônicas, e a capacidade cardiorrespiratória (VO₂max) destaca-se como um preditor robusto de saúde. Considerando a baixa adesão às diretrizes tradicionais, o Treinamento Intervalado de Alta Intensidade (HIIT) surge como uma alternativa eficiente em termos de tempo.

A evidência fisiológica mostra que o HIIT produz um sinal metabólico mais potente, promovendo maior biogênese mitocondrial quando comparado ao Treinamento Contínuo de Intensidade Moderada (MICT) com volumes pareados. Revisões sistemáticas e análises amplas em adultos indicam que o HIIT tende a superar o MICT no aumento do VO₂max, especialmente em populações mais velhas. Em contrapartida, ensaios clínicos randomizados com adultos jovens e saudáveis às vezes apontam ganhos equivalentes entre as modalidades, e o MICT pode até apresentar vantagens em desfechos secundários, como redução da pressão arterial sistólica.

Conclui-se que o HIIT representa um estímulo eficaz e, na maioria das vezes, superior ao MICT para aprimorar o VO₂max, reforçando sua relevância nas recomendações de exercício. Ainda assim, é importante reconhecer limitações metodológicas nos estudos primários, como tamanhos amostrais reduzidos e populações muito específicas. Soma-se a isso a considerável heterogeneidade na literatura quanto aos protocolos ideais de HIIT, cuja definição detalhada ultrapassa o escopo desta revisão.