Rastreamento do Câncer do Colo do Útero no Brasil: Desafios da Citologia e Transição Para o Teste de DNA-HPV

Abstract

O câncer do colo do útero mantém-se como uma importante questão de saúde pública no Brasil, com elevado impacto na morbimortalidade. O rastreamento baseava-se em exames citológicos, mas essa estratégia apresenta limitações, como baixa sensibilidade e dificuldades na detecção precoce. A introdução do teste molecular de DNA-HPV representa uma evolução significativa do programa de rastreamento, potencializando a eficácia na detecção de infecções de alto risco e contribuindo para o controle da doença. Este estudo tem como objetivo analisar o desempenho do programa brasileiro de rastreamento do câncer do colo do útero, considerando suas limitações e a implementação do teste de DNA-HPV como método primário. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura baseada em dados secundários de fontes nacionais (INCA, SISCAN, IBGE) e internacionais (GLOBOCAN, OMS), entre 2020 e 2025. Foram avaliadas tendências e desafios operacionais para a transição para o teste de DNA-HPV. Resultados: A implementação do teste molecular de DNA-HPV no SUS, deverá reduzir significativamente a incidência e mortalidade do câncer de colo do útero no Brasil ao aumentar a sensibilidade na detecção precoce, ampliar o acesso em regiões rurais e socioeconomicamente vulneráveis, promover maior eficiência no uso de recursos e fortalecer a equidade e a participação social na prevenção da doença. Conclusão: A transição do rastreamento baseado em citologia para o teste de DNA-HPV constitui uma estratégia de saúde pública promissora, com potencial para ampliar a eficácia do programa, melhorar indicadores epidemiológicos e contribuir para a eliminação do câncer do colo do útero no Brasil.