SOCIOLOGIA DO DIGITAL EM NARRATIVA VISUAL: Produção da HQ Diálogo com Algo’s como recurso pedagógico para o Ensino Médio

Abstract

Este trabalho apresenta uma proposta — e a trajetória — de elaboração de um material de apoio pedagógico para o Ensino de Sociologia na Educação Básica, a ser disponibilizado como Recurso Educacional Aberto (REA) em formato de narrativa visual como História em Quadrinhos (HQ), transpondo os debates da Sociologia e da Antropologia do Digital para o contexto do Ensino de Sociologia escolar. A proposta surge da constatação de uma ausência na abordagem crítica sobre a inserção das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) no currículo, nas práticas escolares e na formação profissional de docentes. Considerando isso, apresenta as potencialidades críticas da Sociologia e da Antropologia do Digital diante da crescente influência das TDIC sobre os fenômenos sociais e da pressão normativa por sua inclusão nos currículos. Assim, o trabalho articula fundamentos teóricos das Ciências Sociais e estratégias pedagógicas que promovam uma apropriação crítica das tecnologias no contexto escolar. Valoriza também as linguagens visuais como forma legítima de expressão e aprendizagem, sendo o desenvolvimento de narrativas visuais uma estratégia comunicativa. Para isso, o trabalho dispõe de um levantamento teórico dividido em três blocos: o desenvolvimento tecnológico e as transformações culturais; a socialização e a cultura digital; e o mercado da atenção e a modulação do comportamento; oferecendo um panorama conceitual sobre fenômenos como o advento do ciberespaço, da sociedade em rede, as redes sociotécnicas, plataformização, modulação algorítmica, vigilância, cultura da convergência, fragmentação da atenção. Apresenta, como metodologia, a concepção artística e a participação de estudantes do ensino médio como Grupo Focal de Validação (GFV), para alcançar uma transposição didática contextualizada e significativa para os atores do processo de ensino-aprendizagem escolar. Ao final, o trabalho defende a construção de um currículo crítico-reflexivo que também valorize a autonomia técnico-digital e o letramento midiático, com embasamentos sociológicos e pedagógicos.