AVANÇOS NO CONTROLE MICROBIANO COM O USO DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS (Atena Editora)

Abstract

Os fungos entomopatogênicos são microrganismos que atuam como controladores de populações de insetos, com grande potencial para o manejo biológico de pragas na agricultura. Pertencentes a diversos filos, como Ascomycota e Entomophthoromycota, os gêneros Beauveria spp., Metarhizium spp., Isaria spp. e Lecanicillium spp. são os mais estudados, destacando-se por sua versatilidade e capacidade de adaptação a diferentes ambientes. Esses fungos são influenciados por fatores como pH, umidade, matéria orgânica e práticas agrícolas, podendo atuar também como endófitos, onde promovem o crescimento vegetal e resistência a doenças. Pesquisas genômicas têm contribuído para o aprimoramento de cepas mais eficientes. A diversidade dos FEP’s é maior em áreas de vegetação nativa, sendo negativamente afetada por práticas agrícolas intensivas. O processo de infecção dos FEP envolve a adesão dos esporos à cutícula do inseto, penetração com uso de enzimas e estruturas especializadas, proliferação no interior do hospedeiro e posterior esporulação. Esse mecanismo é o que garante sua eficácia como bioinseticidas. O mercado global de biopesticidas, que inclui os FEP’s, está em expansão, impulsionado pela demanda por soluções sustentáveis. Empresas vêm investindo em pesquisa e produção, inclusive com uso de biorreatores e fermentações sólidas, líquidas e bifásicas, além disso, os FEP’s têm aplicações industriais, como produção de enzimas. Tecnologias emergentes como IoT, robótica, inteligência artificial e biomateriais estão transformando a forma como esses fungos são produzidos, monitorados e aplicados. Armadilhas inteligentes, sensores fúngicos e dispositivos impressos em 3D com fungos mostram novas possibilidades para a agricultura de precisão. Automação laboratorial e engenharia genética também aceleram o desenvolvimento de novas cepas mais eficazes. Os FEP’s são promissores para uma agricultura mais sustentável, aliando eficácia no controle de pragas à redução de impactos ambientais. Seu uso depende do avanço tecnológico, produção de qualidade, aceitação dos agricultores e políticas públicas de incentivo. A integração entre ciência, tecnologia e práticas agrícolas sustentáveis é essencial para consolidar os FEP’s como ferramentas-chave importante na agricultura moderna e do futuro presente.