DESIGN THINKING E O ENSINO HÍBRIDO: O CUIDAR PARA ALÉM DO EDUCAR

Abstract

O campo educativo, em sua configuração contemporânea, tem se apresentado como um espaço cada vez mais desmotivador e pouco atrativo para os estudantes, realidade que se expressa em índices de insatisfação discente e em baixos resultados curriculares. Esse cenário, por sua vez, não apenas compromete o engajamento e a permanência dos alunos, como também desencadeia um conjunto de disfunções psicológicas relevantes, entre as quais se destacam o estresse, a indisposição, a ansiedade e a depressão, fenômenos que afetam diretamente a experiência de aprendizagem e o desenvolvimento integral do sujeito. Em paralelo, a modalidade de ensino a distância (EaD), amplamente difundida em escala global e reconhecida pelo seu potencial de inclusão e acessibilidade, sobretudo diante das limitações temporais e geográficas, ainda carece de redefinições estruturais e metodológicas que assegurem maior eficácia e aproveitamento nos processos de ensino e aprendizagem. O presente Trabalho de Conclusão de Curso inscreve-se nesse contexto e foi desenvolvido a partir de uma abordagem qualiquantitativa, de natureza aplicada e caráter descritivo. Inicialmente realizado em formato remoto, contemplando a produção de recursos educativos virtuais interativos, o estudo culminou em uma etapa presencial materializada na criação de uma sala de aula não convencional, durante oficina realizada na instituição BrainTea, situada na zona sul de São Paulo, com estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica e social. Para a coleta de dados, foi utilizada a técnica de survey, a fim de obter informações significativas sobre a percepção dos participantes. Como referencial metodológico, recorreu-se aos princípios do Design Thinking (DTh), que se mostraram fundamentais para a proposição de estratégias voltadas à reorganização dos espaços físicos de convivência e à otimização do uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs). A partir desse processo, buscou-se favorecer não apenas a inclusão digital e social dos participantes, mas também a ampliação de suas possibilidades cognitivas, promovendo um ambiente mais democrático e dialógico de aprendizagem. Nesse sentido, defende-se que a incorporação das tecnologias digitais à educação não deve restringir-se à dimensão instrumental de transmissão de conteúdos, mas sim assumir um caráter integrador, capaz de articular ensino e cuidado. Tal perspectiva possibilita o desenvolvimento de práticas educativas que promovam, simultaneamente, a aprendizagem, a saúde mental e o bem-estar emocional dos estudantes, condição imprescindível para a construção de um espaço escolar mais acolhedor, motivador e humanizado.