MEU OLHAR BONITO II: Perspectivas Indígenas sobre o Ensinar e Aprender Ciências da Natureza

Abstract

MEU OLHAR BONITO II: Perspectivas Indígenas sobre o Ensinar e Aprender Ciências da Natureza apresenta um outro conjunto de entrevistas e histórias de vida de professores e professoras indígenas. O livro amplia uma trilogia2 coordenada pela professora Leonice Mourad de autobiografias de professores e professoras dos movimentos sociais do campo, quilombola e indígena ligados ao grupo Coletivo da Terra e dá continuidade ao primeiro volume de Meu Olhar Bonito: histórias de vida de professores indígenas que apresentou uma coletânea de textos de professores e professoras indígenas do Brasil e da Bolívia.3 Em MEU OLHAR BONITO II, professores e professoras indígenas dos povos Balatiponé-Umutina, Boe-Bororo, Haliti-Paresí, Apyãwa-Tapirapé, Iny-Karajá, Terena, A’uwẽ Rãpré-Xavante, Rikbaktsa, Kurâ-Bakairi e Kawaiwete-Kayabi, todos do Estado de Mato Grosso, narram suas trajetórias e experiências. Nos relatos apresentam diferentes aspectos de seu fazer docente, buscando incluir e valorizar, naquilo que os não indígenas chamam de Ciências da Natureza, os seus próprios modos de ver, viver e ensinar o mundo. Os professores e professoras apresentam um exercício coerente de ‘resistência epistêmica’ com força para afirmar as identidades étnicas e apontar para outros modos de produzir e socializar o conhecimento que escapam das redes da ciência moderna. Nesse sentido é possível afirmar que os relatos dão conta de um projeto ético, político e pedagógico, fundado em cosmologias milenares, que desafiam os sistemas ‘coloniais’ de escolarização dos saberes ocidentais para resistir e propor a transformação das assimetrias históricas que ainda marcam o campo da educação e do conhecimento.