Mendeleev e a Tabela Periódica

Abstract

Este material didático é voltado ao Ensino Médio e foi elaborado por estudantes de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), no contexto da disciplina de História e Filosofia da Ciência. Seu objetivo é apresentar, de forma acessível e contextualizada, a trajetória do russo Dmitri Mendeleev e o processo histórico de construção da Tabela Periódica dos Elementos. A narrativa parte da biografia de Mendeleev, destacando sua origem em Tobolsk, na Sibéria, e sua trajetória acadêmica, desde a graduação no Instituto Pedagógico de São Petersburgo até os estudos na Alemanha, onde teve contato com pesquisadores de destaque, como Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff, e participou de debates fundamentais sobre pesos atômicos e estrutura da matéria. Esses debates, especialmente no Congresso de Karlsruhe (1860), inspiraram Mendeleev a buscar uma organização sistemática dos elementos químicos. O material aborda o contexto histórico do século XIX, marcado por transformações sociais, políticas e científicas. Destaca também a atuação profissional de Mendeleev como professor e autor do livro Princípios da Química, cuja elaboração o levou à formulação da Lei Periódica, baseada na repetição regular das propriedades dos elementos químicos quando organizados por peso atômico. A Tabela proposta por Mendeleev não apenas organizava os 63 elementos conhecidos na época, mas também deixava lacunas para elementos ainda não descobertos, cujas propriedades ele previu com notável precisão - como no caso do gálio, escândio e germânio, confirmando a validade de seu modelo. O texto também discute o processo de aceitação científica da tabela, inicialmente marcado por ceticismo, e como a confirmação experimental das previsões feitas por Mendeleev fortaleceu seu reconhecimento internacional. Além disso, explora a distinção entre a Lei Periódica (ideia científica) e a Tabela Periódica (representação visual), bem como os critérios utilizados por Mendeleev na organização dos elementos. Ao final, o material propõe um jogo didático e convida os estudantes à reflexão crítica sobre o trabalho científico, questionando narrativas simplificadas (como a ideia de que Mendeleev teria "sonhado" com a Tabela) e ressaltando a importância da construção coletiva do conhecimento, pautada pelo rigor, pela experimentação e pelo debate.