O ENSINO DE HISTÓRIA NA ESCOLA PÚBLICA: a proposição do quadrinho “A história de Zuri” como ferramenta antirracista

Abstract

O trabalho em pauta aborda o ensino de história na escola pública e tem como produto uma história em quadrinhos como ferramenta antirracista. A pesquisa é direcionada às escolas públicas de ensino médio e adota um recorte temporal que vai do ano de 2003, com a publicação da lei n° 10.639/03, até o ano de 2023, com a edição da lei 14.759/23. O objetivo geral é promover a educação antirracista através de uma história em quadrinhos e tem como problemática principal a contribuição do ensino de história para combater o racismo. Foram trabalhados conceitos de “raça” e “racismo”, analisados os antecedentes da luta antirracista no Brasil e o advento das leis de ensino antirracistas e abordada a questão das escolas como local de enfrentamento ao racismo. Abordou-se também a prática pedagógica denominada “Pretagogia”. Em seguida, partiu-se para o produto do trabalho: uma história em quadrinhos antirracista denominada “A HISTÓRIA DE ZURI”. Esta HQ é um história fictícia, e foi escrita por este autor, baseado nas suas experiências durante os anos como professor. A pesquisa é essencialmente qualitativa, possuindo também elementos quantitativos e, quanto aos procedimentos, tem caráter bibliográfica e documental. O trabalho encontra-se fundamentado, no que diz respeito às ideias sobre “racismo”, em Frantz Fanon (2020), Sílvio Almeida (2019), Carla Akotirene (2019), Lélia González (2020), Djamila Ribeiro (2019) e Beatriz Nascimento (2021). No que se refere aos antecedentes da luta antiracista, está orientado basicamente por Clóvis Moura (1981), Albuquerque e Fraga Filho (2006) e Gomes (2011). Sobre a ideia da Pretagogia, esta pesquisa fundamenta-se em Sandra Petit (2015). Destacou-se ainda as contribuições de Will Eisner (1985), Scott MacCloud (1995), Marcelo Marat (2023) e Valdomiro Vergueiro (2003) em pesquisas relacionadas às HQs. Os resultados obtidos indicam que é possível uma educação antirracista, no entanto, embora já ocorram em várias escolas, faltam recursos e organização na implementação dessa política. Constatou-se também que a implementação de uma HQ antirracista na escola pública teria um grande potencial na luta contra o racismo.