Acolher e amar : construindo pontes entre equipe e a mãe do RN internado na UTI neonatal

Abstract

Cuidar de um recém-nascido em estado crítico é um ato que transcende a técnica: é um exercício contínuo de presença, escuta e construção de vínculos. Nas unidades de terapia intensiva neonatal (UTI Neo), onde a vida pulsa entre riscos e possibilidades, o protagonismo da mãe nem sempre é reconhecido como parte do processo terapêutico. Esta obra nasce da necessidade de resgatar e reafirmar esse lugar de pertencimento. Acolher e Amar propõe uma reflexão ética, prática e afetiva sobre a importância de integrar a mãe — não como acompanhante eventual, mas como presença essencial — ao cuidado intensivo de seu filho recém-nascido. Em um contexto hospitalar frequentemente marcado pela rigidez de protocolos e barreiras técnicas, o livro apresenta caminhos possíveis para a construção de uma atuação verdadeiramente interdisciplinar e humanizada. A proposta aqui defendida não é meramente opinativa: ela é fruto da escuta atenta de profissionais, mães e equipes, da vivência direta em unidades neonatais e de experiências bem-sucedidas em projetos de atenção primária e educação permanente. Ao reunir elementos práticos, reflexivos e propositivos, este trabalho apresenta estratégias concretas para transformar a cultura do cuidado, promovendo segurança clínica sem abrir mão da sensibilidade. Trata-se de um convite à revisão de paradigmas e à abertura de novas possibilidades de atuação. Ao reconhecer o valor da presença materna como parte do processo terapêutico, o livro contribui para uma mudança de perspectiva que pode repercutir de forma ampla — não apenas na recuperação do recém-nascido, mas no fortalecimento da família, na qualificação da equipe de saúde e na estruturação de políticas públicas mais inclusivas e sensíveis às realidades humanas. Mais do que um relato técnico, esta obra configura-se como instrumento de formação, reflexão e transformação. Destina-se a profissionais da saúde, gestores, pesquisadores e todos aqueles que compreendem que o cuidado, para ser pleno, precisa acolher. E que amar, nos momentos mais delicados da vida, é também um ato terapêutico.