Perspectivas em Saúde Perinatal: práticas de cuidados maternos e infantis

Abstract

A obra objetivou reunir estudos nacionais e internacionais com abordagens perinatais e perspectivas de práticas no cuidado materno e infantil, permitindo acesso às práticas inovadoras dirigidas ao cuidado individual e coletivo.

Todos sabemos que a saúde perinatal compreende um período crítico para a saúde materna e neonatal, sendo marcada por desafios clínicos, sociais e culturais. Este e-book discute as práticas contemporâneas de cuidado materno-infantil, com ênfase em modelos humanizados, políticas públicas e abordagens interdisciplinares. Também aborda as desigualdades no acesso aos serviços de saúde e a importância do respeito aos direitos reprodutivos das mulheres, especialmente em contextos vulneráveis.

Assim, este livro foi elaborado sobre cinco eixos:

(1) A importância do Cuidado Perinatal - O cuidado perinatal envolve uma série de ações preventivas e assistenciais fundamentais para a redução da mortalidade materna e neonatal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que intervenções oportunas e baseadas em evidências podem evitar a maioria das mortes nesse período. No entanto, a eficácia dessas intervenções depende do acesso, da qualidade do atendimento e do respeito à dignidade das mulheres;

(2) Práticas de Cuidado Materno – que envolvem (a) Atenção pré-natal de qualidade, com a realização de exames, acompanhamento nutricional e orientação sobre sinais de risco; (b) Preparação para o parto, com foco no empoderamento da mulher e no respeito às suas escolhas; (c) Parto humanizado, que prioriza o protagonismo da gestante, o uso racional de tecnologias e a prevenção da violência obstétrica; (d) Assistência ao puerpério, com apoio à recuperação física e emocional da mulher, além do incentivo ao aleitamento materno;

(3) Práticas de Cuidado Infantil – das quais se destacam as seguintes práticas: (a) Contato pele a pele imediato após o parto, favorecendo o vínculo e a estabilidade fisiológica do bebê; (b) Apoio ao aleitamento materno, reconhecido como fundamental para o desenvolvimento infantil e a prevenção de doenças, (C) Triagens neonatais (como o teste do pezinho, do coraçãozinho e da orelhinha), essenciais para o diagnóstico precoce de condições tratáveis; (d) Atenção ao recém-nascido de risco, com encaminhamento adequado para unidades de terapia intensiva quando necessário;

(4) Desafios e Iniquidades no Acesso aos Cuidados – Apesar dos avanços nas políticas de saúde perinatal, como a implantação da Rede Cegonha no Brasil, persistem desigualdades significativas: (a) Barreiras geográficas e socioeconômicas dificultam o acesso aos serviços em áreas rurais, indígenas e periféricas; (b) A formação insuficiente de profissionais quanto à abordagem humanizada e intercultural prejudica a qualidade do cuidado; (c) A negligência ou desrespeito aos direitos reprodutivos das mulheres, incluindo casos de violência obstétrica, ainda é uma realidade preocupante;

(5) Caminhos para o Fortalecimento do Cuidado Perinatal - Para promover uma atenção perinatal efetiva e equitativa, é necessário: (a) Investir na formação continuada das equipes de saúde com foco em práticas baseadas em evidências e direitos humanos; (b) Fortalecer redes de atenção integral e intersetorial à saúde da mulher e da criança; (c) Ampliar a escuta e a participação ativa das mulheres no planejamento dos cuidados, reconhecendo suas singularidades culturais e sociais.

In-conclusão: A saúde perinatal exige um continuum de cuidados que inclua a gestante, a parturiente e o recém-nascido de forma articulada. Apesar dos avanços nas últimas décadas – com queda da mortalidade materna e implementação de programas de atenção à mulher e ao bebê, ainda subsistem falhas no acesso equitativo e na qualidade técnica e humanizada do serviço. Evidências nacionais apontam cenários de alta cobertura vacinal e pré-natal, mas também indicam dificuldades em tornar o cuidado integral (como baixo acompanhamento pós-parto e persistência de modelos tecnocráticos no parto. Portanto, recomenda-se fortalecer protocolos baseados em evidências (pré-natal de risco, cuidados imediatos ao RN, puerpério qualificado) e expandir a educação continuada de profissionais. O monitoramento contínuo de indicadores materno-infantis e a mobilização de recursos são essenciais para reduzir desigualdades regionais e assegurar que as práticas materno-infantis consagradas nas diretrizes nacionais e internacionais sejam efetivamente aplicadas em todo o território.

Esperamos que o livro sirva de instrumento na disseminação do conhecimento acerca do tema, bem como fortaleça as práticas nos diversos cenários.

ISBN 978-65-5388-314-7 DOI 10.36926/editorainovar-978-65-5388-314-7