Gerontecnologia
Fonte da Foto: The Irish News
A gerontecnologia é uma ciência interdisciplinar que estuda a tecnologia, o processo e as necessidades do envelhecimento para melhorar a qualidade de vida de pessoas idosas [1]. Ela tem por finalidade auxiliar na realização de experimentos e invenções que viabilizem a produção de artefatos, equipamentos pessoais para uso doméstico, no ambiente de trabalho e para a mobilidade de forma a adaptar a vida em sociedade, facilitando o auxílio médico e de cuidadores.
Dentre as diversas tecnologias, o segmento dos dispositivos de emergência (em inglês, personal emergency response systems, ou PERS) vem crescendo 6% ao ano. Tais dispositivos conectam idosos a centrais de monitoramento 24 horas. Essa iniciativa pode salvá-los em queda severa, por exemplo, cuja taxa de sobrevivência é multiplicada por seis quando o socorro chegar antes de 1h. A telemedicina, que inclui consultas virtuais via videoconferência, dá flexibilidade ao idoso e seu médico não apenas no monitoramento e prevenção de doenças, mas também na alteração e adoção de novos hábitos.
Nesse sentido, já existem dispositivos e sensores para acompanhar a atividade física, as condições de saúde e a segurança dos indivíduos dentro de casa e no seu entorno. Esses sensores são capazes de monitorar sinais vitais e/ou mudanças no padrão de atividade, encorajando idosos a manterem-se ativos.
Por outro lado, os dispositivos móveis, principalmente smartphones e tablets, oferecem uma ótima oportunidade para o idoso aprender com as TICs. É provável que esses equipamentos possam vir a diminuir a lacuna digital entre idosos e mais jovens. Eles já apresentam melhor usabilidade, com boa interface gráfica, botões grandes e portabilidade, possibilitando experimentar fotos, vídeos, livros on-line, música, plataformas de redes sociais e de aprendizagem.
Pesquisadores relatam que os idosos que estabelecem conexões sociais por meio da tecnologia criam e compartilham conteúdo, não só levam à diminuição do isolamento social como também melhorar as habilidades cognitivas, beneficiando, em muito, os indivíduos com demência [2][3].
No capítulo 2 do livro A Better Life: Valuing Our Later Years, a idosa Beth comentou: "Só porque estou envelhecendo não significa dizer que eu quero desaparecer. Tenho as mesmas esperanças, medos, paixões e interesses que sempre tive e preciso de ajuda para vivenciá-los" [4].
Referências
[1] Bouma, H. (1992). Gerontechnology: Making technology relevant for the elderly. In H. Bouma & J. A. M. Graafmans (Eds.), Gerontechnology (pp. 1-5). Amsterdam, The Netherlands: IOS Press.
[2] Blue, J. (2013). Should grandma join Facebook? It may give her a cognitive boost, study finds. UANews. UANews, University of Arizona. Disponível em http://uanews.org/story/shouldgrandma-join-facebook-it-may-give-her-a-cognitive-boost-study-finds
[3] Upton, D., Upton, P., Jones, T., Jutila, K., & Brooker, D. (2011). Evaluation of the impact of touch screen technology on people with dementia and their careers within care home settings. West Midlands, UK: Department of Health.
[4] Blood, I. (2013). A better life: Valuing our later years. York, UK: Joseph Rowntree Foundation

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.