Metaliteracy
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O conceito de metaliteracy (em português, poderia ser traduzido por metaletramento ou meta-alfabetização), usado principalmente em pesquisas desenvolvidas por arquivistas e bibliotecários, passou a incorporar os conceitos de alfabetização digital ou letramento digital. Isto é, o conceito é expandido para ir além do escopo das habilidades tradicionais ao tratar a informação, tais como: definir a importância, localizar, buscar, entender e usar a informação. A metaliteracy inclui as competências de produção colaborativa e de compartilhamento da informação em ambiente digital. Ou seja, o sujeito possui metaliteracy quando integrar, além das habilidades tradicionais, as de colaborar, participar, produzir e compartilhar.
Mackey e Jacobson [1][2] propõem um modelo da metaliteracy para redefinir o letramento informacional. O modelo proposto considera domínios pessoais: cognitivo, comportamental (biofisiológico), afetivo e metacognitivo (ver a figura abaixo).
O domínio cognitivo refere-se ao que o sujeito deve saber sobre a conclusão bem-sucedida das atividades da aprendizagem - compreensão, organização, aplicação e avaliação. O comportamental trata do fazer do sujeito após a conclusão bem-sucedida das atividades da aprendizagem - habilidades e competências. Já o domínio afetivo abrange as emoções e atitudes que fazem o sujeito se engajar nas atividades de aprendizagem. Por fim, o domínio matacognitivo está relacionado com a conscientização, ou o que o sujeito pensa (ou reflexiona) sobre seu próprio pensamento, isto é, uma reflexão de como e porque pensa sobre um aprendizado.
A partir dessa estrutura, define-se as principais competências para a alfabetização digital de modo a promover o pensamento crítico em redes sociais, reflexões sobre o aprendizado aberto e a construção de comunidades on-line.
A Gerontecnologia passa a estudar os princípios da metaliteracy como forma de compreender as habilidades do usuário para criar uma estrutura que suporte as necessidades e aquisição colaborativa de conhecimento do idoso. Por exemplo, são estudados (a) os gestos de dedo para compreender os diferentes efeitos de beliscar, deslizar, tocar, etc. e a sensibilidade para uso de telas touch screen; (b) a atenção do idoso às instruções de preenchimento automático de formulários e de como podem ser reconfigurados; e (c) como o idoso aprende as maneiras diferentes de realizar um mesmo procedimento nos sistema (exclusão usando a tecla Delete e arrastando itens para o lixo) para .
A aquisição de novas competências pelos idosos deve ser vista como um processo educacional e deve considerar os componentes cognitivo (sua bagagem de conhecimento), de comportamento (sua capacidade biofisica), afetivo (sua situação psicológica) e a metacognição (suas reflexões sobre o que aprende).
Referências
[1] Mackey, T. P., & Jacobson, T. E. (2011). Reframing information literacy as a metaliteracy. College & Research Libraries. Disponível em http://crl.acrl.org/con tent/72/1/62.full.pdf
[2] Jacobson, T. E., & Mackey, T. P. (2013). Proposing a metaliteracy model to redefine information literacy. Communications in information literacy, 7(2), 84-91.

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